quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sua falta,minha insonia


"Tem feito menos sentido as horas, enquanto eu reviro na cama de um lado para o outro, lembrando dos fracassos, rejeições, e de tudo aquilo que você não contaria orgulhoso numa roda de amigos. Você, pois eu contaria. Quando não mais espero por alguém nessa cama, eu até já sei que não vai chegar, mas isso não significa que eu não considere a possibilidade de uma visita inesperada. Todo este tempo e eu só queria ser surpreendido. É estranho quando a gente escuta que alguém não dormiu a noite inteira, é cansativo quando ninguém escuta que você não dormiu a noite inteira. A noite não foi feita para dormir? Eu não fui feito para descansar por algumas horas? Acho que a cama da gente protesta, quando quem queríamos que estivesse nela conosco não se manifesta. A insônia talvez seja uma voz que tenta fazer você acordar, mesmo que sua alma precise de descanso. Passei a noite em claro, pensando se eu fiz a coisa certa, se eu agi da melhor maneira e não consegui concluir nada. Mas foi saber que eu ainda tenho dúvidas, que não me sinto absoluto e preciso, que me devolveu o direito ao sono: ainda tenho o que aprender, ainda preciso evoluir. Como seria mais justo se quando tivesse sono eu dormisse, se quando sonhasse eu realizasse, se quando amasse eu fosse amado. Mas se eu não dormi a noite inteira, não vai ser agora que vou voltar a sonhar acordado. A vida não é como se sonha. Nem toda noite tem sono, nem todo sono tem sonho, nem todo sonho vem com o sono, nem toda escolha é fácil. E eu já sabia que seria assim quando escolhi tentar ser um pouco mais feliz. O nome é felicidade, não facilidade. Hoje, eu não dormi, mas o mundo trouxe um novo dia. A vida continua sem mim, ela não me espera dormir. Pensando bem, sempre há uma nova chance. E ainda bem que é assim (e sempre será). E enquanto eu não dormia eu abri a janela e olhei para aquelas estrelas, que eu sempre sonhei olhar com você, e fiz delas meu exemplo. As estrelas um dia morrem, no entanto, a luz delas continua sendo vista, viajando e levando luz pelas galáxias do universo. Concluí que elas são como o amor. O Amor, sim, o Amor em maiúscula, é como as estrelas, se for verdadeiro, não importa a distância, não importa o tempo, mesmo após o fim ainda brilha e ilumina, ainda viaja pelo mundo levando novos sonhos a corações apaixonados, a corações desesperançosos, a corações que brilham, mesmo quando não batem mais por um certo alguém.

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